segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Crítica: Opeth - "Heritage"

Roadrunner, 2011
Para quem ainda não tinha percebido, em Heritage os Opeth gritam a alto e bom som "esqueçam tudo o que fizemos para trás". Este disco marca uma nova etapa na carreira da banda que até 2003 era considerada uma seguidora dos devaneios progressivos dos Death de Chuck Schuldiner. Nesse ano chega Damnation, a obra que permite aos Opeth começar a traçar o seu próprio caminho e a deixar o seu próprio legado.
Se até aqui continuávamos a ter vocalizações guturais misturadas com ambientes progressivos a fazer lembrar os Pink Floyd, em Heritage retirou-se peso à voz e adicionou-se ainda mais nos instrumentos. Não que o som da banda tenha ficado mais pesado. A componente instrumental é que ganhou uma importância ainda maior na música dos Opeth. As influências referidas pela banda incluem Alice Cooper, Magma e Ronnie James Dio (a quem o tema "Slither" é dedicado), para além da música tradicional sueca. Mas Heritage também sabe a Frank Zappa, Deep Purple (benditos teclados e mellotrons) e Pink Floyd. É como que se os Opeth fossem uma banda de rock psicadélico dos anos 70 que chegou aos dias de hoje através duma máquina do tempo.
Restringir a obra dos Opeth dentro de um género musical tornou-se impossível. A banda já fez questão, em outras ocasiões, de fugir aos rótulos que lhes foram colocados e voltará a fazê-lo sempre que necessário. Temas como "The Devil's Orchard", "Slither", "Nepenthe", "Famine" e "Folklore" fazem-nos crer que se hoje em dia ainda se fazem álbuns influentes e marcantes, Heritage é, necessariamente, um dos casos.
5/5

1 comentário:

  1. Bom texto, André! Sóbrio e directo ao assunto, mas sem estar "seco". A tua crítica, portanto. Não conheço o álbum nem a banda, mas consegui apanhar o "vibe". Ou seja: missão cumprida.
    Parabéns!

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