segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Crónica: Hindi Zahra Em Lisboa

Erradamente, o que não falta são pessoas que têm a ideia da world music como algo altamente intelectual, cujos concertos se realizam em salas pequenas e com o público acomodado em cadeiras. Não foi o que se viu no passado dia 9 de Novembro no TMN Ao Vivo, noite em que Hindi Zahra e a sua banda actuaram naquela sala lisboeta. Apresentando o seu único longa-duração (Handmade, lançado no ano passado), a marroquina apresentou um alinhamento em crescendo: se no principio se fizeram ouvir os temas mais introspectivos e cantados em inglês, a partir do meio do espectáculo chegaram os temas mais quentes e animados, cantados, em alguns casos, numa qualquer linguagem berbere.
A crescente empatia criada com o público ali presente permitiu essa mesma actuação em crescendo, não só em termos de ritmos, mas também em termos de confiança em palco. As palmas, que de tema em tema iam sendo mais ruidosas, fizeram até com que tivéssemos direito a um encore e uma série de elogios por parte de Zahra: "estamos muito cansados e fartos de viajar, mas é em pessoas como vocês que encontramos forças para continuar", afirmou. Com efeito, a beleza e a voz de Hindi Zahra ficarão na cabeça de muitos que ali estiveram por muito tempo. Para mim, foram o pretexto inicial para ficar vidrado no palco a absorver cada momento daquele concerto - sim, porque até este começar, não tinha a mínima noção do que iria assistir naquela noite. Que fique registado ainda, que o acerto da banda ao vivo bem como a voz afinadinha de Zahra ao vivo não se encontrão em programas de talentos na televisão nem em qualquer concerto de um nome grande da música, seja ela pop, rock ou outra coisa qualquer.
Últimas palavras para a qualidade e bagagem de todos os músicos em cima de palco. A mistura de influências da música local com conceitos mais globais da pop, rock e soul funcionou, neste caso, perfeitamente. Afinal, a world music também é festa.

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