Como se tratasse de um aniversário de uma pessoa - aqueles em que se faz uma festa e se convidam os amigos - os X-Wife chamaram a palco a deolinda Ana Bacalhau, o tigre lendário Paulo Furtado, o senhor das guitarras Tó Trips e o metronómico André Tentúgal. Ao longo de uma das noites mais quentes do ano, ainda mais quente para quem estava no TMN Ao Vivo, foram desfilando todos os singles da carreira da banda de João Vieira e companhia, com os trunfos "On The Radio" e "Rockin' Rio" a serem guardados para o fim, deixando ainda espaço para a apresentação do inédito "Retaliate". Pela sala, que em alguns momentos se transformou em pista de dança, o público reagia efusivamente ás suas preferidas: assinalam-se "Fireworks" e "Keep On Dancing", entre muitos pontos altos. Venham mais 10!
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Reportagem: X-Wife, 10 Anos Depois
Como se tratasse de um aniversário de uma pessoa - aqueles em que se faz uma festa e se convidam os amigos - os X-Wife chamaram a palco a deolinda Ana Bacalhau, o tigre lendário Paulo Furtado, o senhor das guitarras Tó Trips e o metronómico André Tentúgal. Ao longo de uma das noites mais quentes do ano, ainda mais quente para quem estava no TMN Ao Vivo, foram desfilando todos os singles da carreira da banda de João Vieira e companhia, com os trunfos "On The Radio" e "Rockin' Rio" a serem guardados para o fim, deixando ainda espaço para a apresentação do inédito "Retaliate". Pela sala, que em alguns momentos se transformou em pista de dança, o público reagia efusivamente ás suas preferidas: assinalam-se "Fireworks" e "Keep On Dancing", entre muitos pontos altos. Venham mais 10!
Crónica: O Segredo dos Xutos & Pontapés
No passado dia 16 de Maio, a ETIC proporcionou, aos que por lá
apareceram, uma palestra/conversa de tom informal com Zé Pedro, uma das
figuras de maior relevo do panorama musical português. Ser humano de
qualidades inestimáveis, o guitarrista dos Xutos & Pontapés abordou
de forma descomprometida diversos aspectos da sua carreira como músico:
como os Xutos são uma banda com os olhos postos no futuro; como, no
principio, tocavam em qualquer lugar e por qualquer preço; ou como em
1977 havia entre 15 e 20 punks em Lisboa.
O músico, que já foi jornalista, foi deliciando a audiência com
episódios diversos e marcantes na sua já longa carreira, de mais de 30
anos. Mas o que me traz a estas linhas é uma simples afirmação: "na
vida, o mais importante é dar e receber. Quando tens 30 mil pessoas a
aplaudir-te efusivamente, tens de retribuir esse carinho de forma
obrigatória". Zé Pedro referia-se, obviamente, ao primeiro concerto, na
edição do ano passado do Optimus Alive, após o mui badalado transplante
hepático a que foi sujeito. Numa época em que, perdoem-me a expressão,
há música a rodos, os artistas têm de procurar novas formas de fidelizar
o público. É mais que evidente que a arrogância artística já não é algo
que encante particularmente as audiências. Aliás, é perfeitamente
natural que numa era em que todas as distâncias estão cada vez mais
curtas, o público procure também uma maior proximidade com os seus
ídolos.
Já não basta a música. Há todo um pacote que inclui a imagem, a
ideologia, a atitude e um sem número de factores, que é procurado por
quem consome música. Zé Pedro e os Xutos & Pontapés perceberam isso,
não nos dias de hoje, mas desde o principio de carreira. Dessa forma, a
maior banda nacional retribui o carinho público com total entrega em
palco e novidades de todas as formas e feitios: música, alinhamentos de
concertos ou merchandising. Este, meus caros, é o grande segredo para
que a música dos Xutos atravesse três gerações com o sucesso que se vê.
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